domingo, 14 de agosto de 2016

Resenha: Caminhando na Chuva de Charles Kiefer

Com mais de 30 livros publicados no Brasil e tendo muitos deles difundidos na França e em Portugual, Charles Kiefer nasceu em 1958 na cidade de Tres  de Maio  no Rio Grande do Sul.

Formado em Letras pela PUC-RS, ganhou projeção nacional com a novela " O Pendolo do Relógio ", agraciada pela Câmara Brasileira  do Livro com o Premio Jabuti.
Em Caminhando na Chuva Kiefer nos conta a historia de Tulio, um Jovem pobre de descendência Alemã que vive em uma pequena cidade tipica do interior. Tulio tem vivo dentro de sí um amor enorme pela literatura e pelas palavras, em meio ao regime militar, Tulio nos conta cada detalhe de sua infância e como todo esse amor pela cultura das palavras surgiu. 
O livro é narrado todo em primeira pessoa e tem esse nome porque Tulio se sente muito bem caminhando na chuva, ele diz que isso o faz pensar, e pensar sozinho. 

 "Quando chove - gosto de dia de chuva - saio a caminhar. Por que prefiro caminhar quando chove? Os outros, os habitantes bisbilhoteiros e chatos, estão em suas casas, por isso saio na chuva.”



Tulio adorava o contato com a natureza , passava as férias escolares na fazenda dos avós ou então em em peregrinação pelas estradas do país ao lado do pai que era caminhoneiro. Sua familia não tinha grandes condiçoes financeiras, porem, apesar de  tudo Tulio era muito feliz.
Kiefer escreve de forma simples e engraçada, fazendo o leitor se apaixonar perdidamente pelo personagem(principalmente se voce é natural de cidade de interior e mora longe dela). Ao longo das paginas o leitor encontra-se com varias frases marcantes. (sim, é aquele tipo de livro que não conseguimos não deixar cheio de tags).
Algumas das que mais me marcaram foram: 
" Acho que o Homem é um amontoado de leituras, de músicas, de pinturas e de gens..."


"A Vida também floresce na primavera, e o perdão, e o amor, acho..."

 " o dinheiro transforma os homens, menino, eles ficam orgulhosos, individualistas, mesquinhos, sem amor no coração. o dinheiro é o diabo, guri."


" Mas, por ser pobre, por não ter o que os outros tinham, passei a ter mais do que os que tinham tudo. Cultura é uma forma de status."